Por que um cristão só pode ser católico

Um cristão é alguém que segue a verdadeira fé de Jesus Cristo.

Nos Actos dos Apóstolos, lemos que foi em Antioquia que os seguidores de Cristo foram chamados de cristãos pela primeira vez.

Actos 11:26 ― «Nesta Igreja passaram eles um ano inteiro e instruíram uma grande multidão. Em Antioquia foi dado pela primeira vez aos discípulos o nome de cristãos.»

Curiosamente, também foi em Antioquia, no ano 110, que o termo «católica» foi aplicado pela primeira vez à Igreja cristã. Isto foi feito pelo famoso mártir da antiga Igreja cristã, Santo Inácio.

Santo Inácio de Antioquia, Epístola aos Esmirniotas, Capítulo 8, 110 d.C.: «Sem o bispo, ninguém faça nada do que diz respeito à Igreja. Considerai legítima a eucaristia realizada pelo bispo ou por alguém que foi encarregado por ele. Onde aparece o bispo, aí esteja multidão, do mesmo modo que onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica.»

Em Grego, o termo «católica» significa universal. Assim, a única Igreja cristã universal passou a ser conhecida como Igreja Católica. Faz sentido que os termos «cristão» e «católico» se tornem intercambiáveis; pois a única Igreja cristã que existe desde os princípios é a Igreja Católica. Inácio teve uma conexão real com os cristãos primitivos. Ele foi o terceiro bispo de Antioquia. Inácio conheceu São Policarpo que conheceu o próprio apóstolo João.

Muitos pensam que ser cristão significa aceitar todos, ser gentil com todos. Certamente, ser cristão envolve uma verdadeira caridade para com todos os homens. Isso significa que a pessoa trabalha e deseja a salvação de cada homem ― a felicidade eterna de cada homem. Em primeiro lugar e acima de tudo, no entanto, ser cristão requer que a pessoa creia em todas as verdades de Jesus Cristo. Requer que a pessoa ouça a única Igreja que Ele estabeleceu. Pois o próprio Jesus declarou que pregar a fé cristã (o Evangelho) significa «ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei.» (Mateus 28:19). Em Mateus 18:17, lemos que aqueles que não ouvem a Igreja cristã estabelecida por Jesus devem ser considerados como «gentios e publicanos».

A verdadeira fé cristã tem um poder real. Esse poder é, obviamente, identificado com os milagres de seu fundador, o Deus-homem, Jesus Cristo. Mas o poder da fé cristã não se esgotou nem desapareceu quando Jesus subiu ao céu. Não, Jesus deixou esse poder com a Sua Igreja. Ele deixou-o não só nos milagres que Ele disse que alguns de seus seguidores obrariam (João 14:12), mas também na proteção e orientação sobrenatural que sustentaria a Sua visível instituição cristã. Em Mateus 16:18-20, lemos que essa estrutura da Igreja Cristã foi fundada sobre o apóstolo Pedro, que seria o primeiro papa. Essa estrutura cristã visível seria um testemunho contínuo do poder de Jesus Cristo. Isso guiaria os cristãos no caminho da verdade. Também seria necessária para a salvação; pois o Senhor acrescentaria todos os que deveriam ser verdadeiros cristãos a esta Igreja cristã (Actos 2:47).

Um dos episódios mais emocionantes da história cristã ― que ilustra o poder da Igreja cristã e da sua estrutura visível ― envolveu Átila, o Huno e a sua invasão da Itália em 452. Átila, o Huno, era um feroz imperador não-cristão no Oriente. Ele foi muito temido por muitos no Império Romano cristão. Em 447, Átila invadiu o Império Oriental. Em 452, ele estava pronto para invadir a própria Roma, o centro da Igreja cristã. Com Átila ameaçando o centro da Igreja cristã, o Papa Leão Magno, líder incontestável da Igreja Cristã, o enfrentou. Ele saiu ao encontro de Átila. Quando o Papa Leão saiu ao encontro de Átila, ele foi milagrosamente ladeado pelo apóstolo Pedro. A história diz-nos que São Pedro ameaçou Átila de morte se ele fosse adiante. Átila ficou tão assustado que recuou. Se Átila não recuasse, toda a história poderia ter sido diferente. O líder da Igreja cristã levou consigo a proteção sobrenatural do fundador do cristianismo, o Senhor Jesus Cristo.

Após o estabelecimento inicial da Igreja cristã, cada século trouxe novos desafios e provações para o cristão. As heresias apareciam e desencaminhavam muitos. Muitos que eram cristãos foram separados da verdadeira fé cristã por essas heresias. O arianismo era a mais notória de todas as primeiras heresias que ameaçavam o cristão. Esta proclamou que Jesus Cristo não era verdadeiro Deus, que Ele não era igual ao Pai. O arianismo disseminou-se ferozmente no século IV, fazendo com que inúmeras pessoas perdessem a verdadeira fé cristã.

Os dois dogmas centrais da fé cristã são os mistérios da Trindade e da Encarnação. A Trindade é a verdade de que há um Deus em três pessoas divinas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Cada pessoa divina é Deus; contudo não são três deuses, mas um Deus. Cada um é uma pessoa distinta. Os hereges sabelianos, por exemplo, um grupo de falsos cristãos, ensinaram erroneamente que cada pessoa é simplesmente um aspecto diferente de Deus. Segundo eles, o Pai e o Filho são simplesmente elementos diferentes da mesma pessoa. Esta heresia foi condenada pela Igreja cristã. Um cristão deve acreditar que existem três pessoas divinas, que cada um é Deus, mas que existe apenas um Deus.

O outro dogma central da fé cristã é a Encarnação. Esta é a verdade de que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho de Deus, tornou-se homem, que é Jesus Cristo. Ele é uma pessoa divina, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, com duas naturezas. Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

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