O Vaticano II utiliza o mesmo verbo que o Concílio de Florença para ensinar exactamente o oposto

por Ir. Miguel Dimond e Ir. Pedro Dimond

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O Concílio de Florença definiu dogmaticamente que qualquer indivíduo que tenha uma posição contrária à doutrina da Igreja Católica sobre o Nosso Senhor Jesus Cristo ou sobre a Trindade, ou a qualquer uma das verdades acerca de Nosso Senhor ou da Trindade, é rejeitado por Deus.

Papa Eugénio IV, Concílio de Florença, Bula Cantate Domino, 1442, ex cathedra: “A sacrossanta Igreja romana, fundada nas palavras do Senhor e Salvador nosso, firmemente crê, professa e prega um só verdadeiro Deus omnipotente, imutável e eterno, Pai, Filho e Espírito Santo… Aqueles, por conseguinte, que mantêm posições diversas ou contrárias, [a sacrossanta Igreja romana] os condena, reprova e anatematiza, e proclama que são alheios ao corpo de Cristo, que é a Igreja.”1

Esta é uma definição dogmática infalível da Igreja Católica sobre os indivíduos que têm uma opinião sobre o nosso Senhor Jesus Cristo ou sobre a Santíssima Trindade que é contrária à da Igreja (por exemplo, os judeus, muçulmanos, etc.). O Concílio de Florença definiu solenemente que todo aquele que tem uma opinião contrária à doutrina da Igreja sobre o Nosso Senhor e sobre a Santíssima Trindade (por exemplo, os judeus), está condenado e reprovado! Nota: o Concílio não se limita a dizer que a opinião contrária ao Nosso Senhor é reprovada, mas que o indivíduo (por exemplo, o judeu) é reprovado. Este dogma baseia-se na verdade que o Nosso Senhor revelou especificamente na Sagrada Escritura.

Mateus 10:33: “E o que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.”

A palavra “negar” significa rejeitar, reprovar ou repudiar. O que nega a Nosso Senhor é por Ele rejeitado. Mas em seu Decreto sobre as Religiões Não-cristãs, o Vaticano II ensina precisamente o oposto.

Vaticano II, Declaração Nostra Aetate, #4: “E embora a Igreja seja o novo Povo de Deus, nem por isso os judeus devem ser apresentados como reprovados por Deus e malditos, como se tal coisa se concluísse da Sagrada Escritura.”2

O Vaticano II nega a verdade divinamente revelada de Mateus 10:33, que foi solenemente definida pelo Concílio de Florença. A doutrina do Vaticano II é manifestamente herética.

Mas isto fica ainda pior quando é analisado em mais detalhe. Caso tenha alguma dúvida acerca desta heresia, por favor considere o seguinte:

Vaticano II vs. o Dogmático Concílio de Florença

Vaticano II, Nostra Aetate, #4: “… nem por isso os judeus devem ser apresentados como reprovados por Deus…”	Dogmático Concílio de Florença: “… Aqueles, por conseguinte, que mantêm posições diversas ou contrárias, [a Igreja] os condena, reprova e anatematiza, e proclama que são alheios ao corpo de Cristo, que é a Igreja.”
Vaticano II, Nostra Aetate, #4, latim original: “… Iudaei tamen neque ut a Deo reprobati neque ut maledicti exhibeantur…”3	O latim do Concílio de Florença: “Quoscunque ergo adversa et contraria sentientes damnat, reprobat et anathematizat, quod est ecclesia, alienos esse denuntiat.”4

Ao fazer a declaração dogmática infalível de que todos os que têm uma opinião contrária à fé em Nosso Senhor ou na Trindade são reprovados, o latim original do Concílio de Florença utiliza a palavra “reprobat,” que significa “rejeita” ou “reprova.” Este é proveniente do verbo latino reprobo, que significa “eu reprovo” ou “eu condeno.”

Mas aqui está a bomba: Em Nostra Aetate #4 (o decreto do Vaticano II sobre as religiões não-cristãs), ao declarar exactamente o oposto, o Vaticano II usa exactamente o mesmo verbo! O Vaticano II utiliza “reprobati,” que é o particípio passado passivo de reprobare: exactamente o mesmo verbo que o Concílio de Florença utiliza! Isto significa que o Vaticano II e o Concílio de Florença estão falando exactamente da mesma coisa — eles utilizam exactamente o mesmo verbo — e ensinam exactamente o oposto um do outro! A Igreja Católica ensina que todos os indivíduos (judeus, etc.) que tenham uma opinião contrária à fé em Cristo ou na Trindade, a Igreja os “reprobat” (os reprova). O Vaticano II nos diz que os judeus não devem ser considerados como “reprobati” (como reprovados). O Vaticano II não poderia contradizer de maneira mais precisa o dogma católico!

Não pode haver sombra de dúvida de que o Vaticano II nega a doutrina dogmática do Concílio de Florença. Apesar de haver muitas heresias descaradas no Vaticano II, como veremos, esta é uma das mais específicas. Quem nega que o Vaticano II ensina aqui heresia, à luz destes factos, é simplesmente um mentiroso.

Esta heresia exposta na declaração Nostra Aetate do Vaticano II, é o fundamento teológico da actual doutrina da seita do Vaticano II acerca dos judeus. Esta é a razão pela qual o Vaticano actualmente publica livros que ensinam que os judeus são perfeitamente livres de viver como se Cristo não tivesse vindo. Esta é a razão pela qual a seita do Vaticano II ensina que a Antiga Aliança continua válida. É por isso que tanto João Paulo II quanto Bento XVI visitaram sinagogas numa tentativa de validar a religião judaica, como veremos.

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Notas finais:

1  Denzinger, The Sources of Catholic Dogma, B. Herder Book. Co., Thirtieth Edition, 1957, no. 703-705.

2  Walter M. Abbott, The Documents of Vatican II, The America Press, 1966, pág. 666; https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decree_19641121_unitatis-redintegratio_po.html

3  Decrees of the Ecumenical Councils, Sheed & Ward e Georgetown University Press, 1990, vol. 1, pág. 970.

4 Versão latina do Denzinger de 1937, Enchiridion Symbolorum, Herder & Co.., no. 705.

Do livro: A Verdade sobre o que Realmente Aconteceu à Igreja Católica depois do Vaticano II