^
^
Fátima | Calendário Católico | Por que o Inferno tem de ser eterno | O Anticristo Identificado! | Loja Online | A Bíblia Ensina o Papado | Os «magos» provam a existência de um mundo espiritual | Surpreendente Evidência de Deus | Notícias |
As Heresias do Vaticano II | Passos de Conversão | Fora da Igreja Não Há Salvação | Respostas Católicas | O Santo Rosário | Padre Pio | Antipapas Francisco, Bento XVI, JPII, etc. | Ajude a salvar almas: Doar |
A sessão expirou
Por favor reinicie a sessão. A página de início de sessão vai abrir numa nova janela. Depois de iniciar a sessão pode fechá-la e voltar a esta página.
O Catecismo de Trento e o «baptismo de desejo»
RESPOSTA — A objecção é falsa, por várias razões. Nesta secção, a questão será examinada em detalhe e provar-se-á que os defensores de «baptismo de desejo» (BDD) estão redondamente enganados. Os seguintes pontos, entre outras coisas, serão demonstrados na presente secção:
1) O parágrafo citado acima não faz parte do ensinamento oficial o qual o Catecismo de Trento identifica como o corpo de doutrina a ser comunicado pelos pastores aos fiéis. Este ponto é crucial, e é descartado por defensores de «baptismo de desejo», como veremos. Eles falham em reconhecer este facto porque, a) somente uma minoria deles de facto leu o Catecismo de Trento e b) não entendem o Magistério. Ler secção aqui.
2) O Catecismo de Trento (também chamado de Catecismo Romano) consistiu em informação dada aos párocos. Este não é infalível em cada parágrafo, mas somente naqueles pontos de doutrina que devem ser transmitidos à todos os fiéis. Esses pontos são infalíveis porque representam aquilo que a Igreja sempre ensinou sobre aquelas questões. Ler secção aqui.
3) O ensinamento oficial do Catecismo de Trento sobre Baptismo, o qual define a verdade que deve ser passada aos fiéis, não inclui «baptismo de desejo». Pelo contrário, contradiz «baptismo de desejo». Ler secção aqui.
4) Papas aprovaram e recomendaram a Summa Theologiæ de São Tomás do mesmo modo em que aprovaram e recomendaram o Catecismo de Trento. No entanto, a Summa Theologiæ contém falsa doutrina a respeito da Conceição Imaculada. Apesar disso, papas continuaram a aprovar a Summa Theologiæ após a Conceição Imaculada ter sido definida em 1854, sem nunca terem corrigido a falsa posição — uma posição que tornou-se herética a partir de 1854. A aprovação dada por eles ao livro era uma aprovação geral. Não tinha o intuito de afirmar que tudo no livro estava correcto ou que poderia ser seguido de modo absoluto. Ler secção aqui.
5) O único parágrafo que os defensores de BDD citam sobre esta questão não é infalível, não faz parte do ensinamento oficial do Catecismo que deve se comunicado aos fiéis, e está repleto de problemas. Ler secção aqui.
6) O único parágrafo que os defensores de BDD citam sobre esta questão contradiz ensinamentos muitos mais autoritários contidos em diversos decretos papais provenientes da mais elevada autoridade sobre precisamente o mesmo tópico: isto é, sobre o adiamento para o tempo Pascal do baptismo de adultos convertidos, e o ensinamento de que aqueles que desejam o baptismo, mas morrem sem este, perdem-se. Ler secção aqui.
7) O próprio Catecismo de Trento defere ao Concílio de Florença e especificamente ao seu decreto Exultate Deo. Esse decreto infalível contradiz «baptismo de desejo». Santo Afonso também ensina que o Concílio de Florença tem um autoridade maior do que o Catecismo de Trento, e que o ensinamento de Florença pode provar aquilo que o ensinamento do Catecismo não pode. Ler secção aqui.
NEM TODOS OS PARÁGRAFOS DO CATECISMO DE TRENTO FORAM PROMULGADOS INFALIVELMENTE
O Concílio de Trento foi concluído em 4 de Dezembro de 1563. O Catecismo de Trento ainda estava a ser elaborado em 1564, e somente em 1566 foi finalmente publicado. O Catecismo de Trento não é o Concílio de Trento. Não é infalível em todos os parágrafos, mas somente naqueles pontos de doutrina que devem ser passados para todos os fiéis; pois as matérias contidas nestes pontos representam o que a Igreja sempre ensinou.
Até mesmo a introdução da popular tradução da Tan Books do Catecismo de Trento contém uma citação do Dr. John Hagan, o qual admite que «o seu ensinamento não é infalível». Uma tradução vulgar em inglês do Catecismo de Trento tem mais de 500 páginas. Este catecismo foi elaborado por diversos teólogos.
O CATECISMO DE TRENTO NÃO VINCULA TODA A IGREJA A TUDO O QUE ESTE CONTÉM; CONSISTIU EM INFORMAÇÃO DADA AOS PÁROCOS
O título oficial do Catecismo deixa claro que este é dirigido a párocos, não a todos os fiéis ou a todos os bispos: «Catechismus ex decreto Concilii Tridentini ad parochos» (Catecismo por Decreto do Concílio de Trento para Párocos). O ensinamento da Igreja sobre fé e moral é infalível quando este se aplica a, e vincula, todos os cristãos (Vaticano I). O Catecismo de Trento não cumpre o critério de infalibilidade em todos os parágrafos do seu ensinamento. Não foi dirigido a todos os fiéis. De facto, não foi sequer dirigido a todos os padres, mas a párocos. Nem todos os padres são párocos.
O CATECISMO DE TRENTO DIZ QUE A ALMA NÃO É INFUSA NO EMBRIÃO NO MOMENTO DA CONCEPÇÃO
O Catecismo afirma que a alma humana une-se ao corpo somente após um certo lapso de tempo. Segundo o Catecismo, um embrião não é um ser humano quando este passa a existir no momento da fertilização ou concepção. O Catecismo está, neste ponto, a seguir a posição de São Tomás e de muitos teólogos escolásticos. Eles ensinaram que a alma racional não é infusa no embrião até aproximadamente 40 a 80 dias após a concepção.
São Tomás de Aquino ensinou que o embrião humano passa por três estágios da alma. Ele acreditava que o embrião começava com a alma vegetativa (anima vegetabilis, a qual ele cria que as plantas possuíam), depois procedia para a alma sensitiva (anima sensitiva, a qual ele cria ser possuída pelos animais), e após 40 ou 80 dias, Deus infundia a alma racional ou intelectiva (anima intellectiva, a alma humana). Ele também ensinou que os homens recebem uma alma aproximadamente 40 dias após a concepção, mas as mulheres, 80 dias após a concepção. O DNA (ou ADN), todavia, informa-nos que não há diferença entre o homem e a mulher em termos de período em que adquirem características biológicas de um ser humano. Visto que o DNA demonstra-nos que todas as características de um ser humano estão presentes desde a fertilização/concepção, a posição que advoga que a infusão da alma é posterior à concepção (tal como ensinada por São Tomás de Aquino e pelo Catecismo de Trento) é comummente rejeitada pelo movimento pró-vida nos dias de hoje.
A Enciclopédia Católica de 1907 admite que, por volta dos inícios do século XX, muitos teólogos passaram a rejeitar a opinião de São Tomás sobre quando a alma racional é infusa no embrião. Uma vez que o Catecismo de Trento expressa a mesma perspectiva, eles necessariamente contradisseram também o seu ensinamento.
O artigo sobre «Alma» da Enciclopédia Católica de 1907 explica: «A doutrina de São Tomás é… No primeiro estágio de desenvolvimento embrionário, o princípio vital tem poderes meramente vegetativos; a seguir, surge uma alma sensitiva, instruída pelas potências emergentes do organismo — posteriormente, ainda esta é substituída por uma alma perfeitamente racional, a qual é essencialmente incorpórea, e assim postula um acto criativo especial. Muitos teólogos modernos abandonaram este último ponto do ensinamento de São Tomás, e sustentam a posição de que uma alma completamente racional é infusa no embrião no primeiro momento da sua existência.»
A seguinte pergunta deveria ser feita a qualquer um que cite o Catecismo de Trento como se este fosse infalível em todos os parágrafos: você concorda com o ensinamento de que o embrião não é um ser humano desde o momento da fertilização ou concepção? Mesmo que uma pessoa sustente que o embrião não é humano até algumas semanas ou meses após após a fertilização/concepção, há um problema com o parágrafo do Catecismo acerca deste ponto. O problema é que, quando fala do corpo humano, o Catecismo diz que a alma humana torna-se forma de um corpo somente após «um certo lapso de tempo». Isto significa que, segundo o Catecismo, um corpo humano pode existir por semanas antes de uma alma ser infusa. Isto não é correcto. A facto de a alma racional ser a forma do corpo humano é um dogma definido. Foi definido pelo Concílio de Viena.
Este dogma significa que a alma racional faz do corpo humano aquilo que ele é. Visto que a alma é a forma do corpo humano, não pode haver um verdadeiro corpo humano sem uma alma racional infusa. No entanto, o Catecismo indica que o corpo humano existe por um certo período de tempo antes da infusão da alma racional. Isto não é correcto. O corpo humano não pode existir até que haja uma alma racional. Antes da infusão da alma racional, o embrião não seria um corpo humano, mas uma planta ou um corpo animal que contém uma alma vegetal ou animal. Por conseguinte, o modo em que o Catecismo articula este ponto é simplesmente errado. Trata-se de outro exemplo de como o seu ensinamento não é infalível em todos os parágrafos. Um corpo humano não pode existir por um período de tempo anterior à infusão da alma racional.
A DISTINÇÃO CHAVE QUE É DESCARTADA PELOS DEFENSORES DE «BAPTISMO DE DESEJO»: NEM TUDO NO CATECISMO É IDENTIFICADO COMO PARTE DO CORPO DE DOUTRINA A SER COMUNICADO AO FIÉIS — SÓ ALGUMAS COISAS O SÃO
De entre as pessoas que comentam sobre o Catecismo de Trento (e sobre o seu ensinamento sobre Baptismo) raras são as que de facto leram ou estudaram o Catecismo por completo. Quando se lê ou se estuda o Catecismo de Trento integralmente, percebe-se que foi escrito e formulado de um modo tal que SOMENTE CERTOS PONTOS DE DOUTRINA são especificados pelo Catecismo como pontos de doutrina que podem, necessitam de, ou devem ser comunicados pelos pastores aos fiéis. Repito: SOMENTE CERTOS PONTOS DE DOUTRINA são especificados pelo Catecismo como matérias que podem, necessitam de, ou devem ser comunicadas pelos pastores aos fiéis. Nem tudo no Catecismo é para ser comunicado aos fiéis.
Posto de outro modo: o Catecismo de Trento é um manual para párocos. Uma tradução vulgar em inglês tem mais de 500 páginas. Estas mais de 500 páginas contêm uma grande quantidade de informação, mas somente certos pontos no Catecismo são especificados como aquilo que os pastores devem necessariamente ensinar e dizer aos fiéis. Há muitas coisas no Catecismo que não se enquadram nessa categoria.
PROVA DE QUE NEM TUDO INSERIDO NO CATECISMO ERA SUPOSTO SER TRANSMITIDO PARA OS FIÉIS
Seguem-se somente algumas citações que provam que nem tudo no Catecismo de Trento faz parte do corpo de doutrina que pode, necessita de, ou deve ser comunicado aos fiéis. Eu poderia fornecer dezenas de outros exemplos.
Aqui, vemos que o Catecismo informa o pastor que ele não deve omitir este ponto particular. Isso é porque dentro da vasta quantidade de informação contida no Catecismo, há coisas que o pastor poderia omitir. Nem toda a linha ou parágrafo é para ser comunicado aos fiéis.
Aqui, o Catecismo confirma que há certas coisas que devem ser ditas aos fiéis. Certas coisas não podem ser omitidas. No entanto, nem tudo no Catecismo necessariamente se enquadra nessa categoria. A sentença acima não faria sentido se tudo contido no Catecismo fosse automaticamente dirigido aos fiéis ou para ser comunicado aos fiéis.
Aqui, uma vez mais, o Catecismo está a identificar um ponto que deve ser transmitido aos fiéis, mas nem tudo no Catecismo se enquadra nessa categoria.
Vemos aqui, novamente, que nem tudo contido no Catecismo é para ser transmitido aos fiéis.
PROVA ADICIONAL DE QUE SOMENTE CERTAS COISAS NO CATECISMO FORAM ESPECIFICADAS COMO PONTOS PARA SEREM ENSINADOS AOS FIÉIS; OUTRAS COISAS PODEM SER OMITIDAS
Isto demonstra claramente que só certas coisas no Catecismo serão transmitidas aos fiéis.
Os factos acima estabelecem sem sombra de dúvida que de entre a informação contida nas mais de 500 páginas do Catecismo de Trento, somente certos pontos de doutrina são identificados pelo Catecismo como parte do corpo de doutrina que pode, necessita de, ou deve ser comunicado aos fiéis. É assim que o Catecismo está escrito e organizado. Muitos outros exemplos poderiam ser dados para provar ainda mais o ponto. O Catecismo está a dizer aos pastores: devem contar-lhes isso; não podem esquecer daquilo; não devem omitir esta outra coisa; mas não é necessário dizer isso aqui; etc. Esse tipo de afirmações é feito ao longo de todo o Catecismo porque nem tudo o que se encerra no Catecismo é dirigido aos fiéis. Trata-se de informação transmitida ao pároco. Somente certas porções dessa informação são identificadas como aquilo que necessita de ou deve ser inculcado pelos pastores.
SEGUNDO O CATECISMO DE TRENTO, A NOSSA POSIÇÃO A RESPEITO DO BAPTISMO É O ENSINAMENTO DA IGREJA CATÓLICA E AQUILO QUE DEVE SER COMUNICADO AOS FIÉIS, NÃO O «BAPTISMO DE DESEJO»
Quando se consulta o ensinamento do Catecismo sobre Baptismo, imagine o quê que se descobre? O único parágrafo que defensores de «baptismo de desejo» citam NÃO é especificado ou identificado como a doutrina que é suposto os pastores ensinarem aos fiéis. Não há nada neste que especifique que o que é dito é para ser ensinado aos fiéis. Ao invés disso, trata-se simplesmente de informação (informação falível e imprecisa) transmitida aos párocos. Sim, não é uma impossibilidade que, nas centenas de parágrafos do Catecismo, se possa encontrar informação imprecisa, assim como certas opiniões humanas falíveis. Porém, o ensinamento oficial que o Catecismo especifica como aquilo que deve ser ensinado aos fiéis reflecte a sã verdade católica, como veremos.
A doutrina sobre o Baptismo, a qual o Catecismo de facto especifica e salienta como a doutrina a respeito do Baptismo que deve ser comunicada a todos os fiéis, é precisamente o oposto de «baptismo de desejo». Esta consiste no ensinamento de que ninguém pode entrar no Céu sem ter renascido da água e do Espírito no Sacramento do Baptismo, e que ninguém pode estar dentro da Igreja Católica sem ter recebido o Sacramento do Baptismo. Isto é que o Catecismo diz que deve ser ensinado aos fiéis.
QUANDO CONSULTARES AS SEGUINTES CITAÇÕES, NOTE QUE HÁ NESTAS UMA MENÇÃO ESPECÍFICA DE COMO ESTA TAL É A DOUTRINA QUE OS PASTORES DEVEM ENSINAR AOS FIÉIS
Segundo o Catecismo, o que deve ser comunicado aos fiéis pelos pastores é que o Sacramento do Baptismo é para todos necessário para a salvação. Este até enfatiza que ninguém pode ser salvo sem o baptismo de água ao dizer: «água era a matéria mais apropriada… por ficar ao alcance de todos». Isto contradiz «baptismo de desejo». «Baptismo de desejo» não é um sacramento, tal como admitem os que o defendem. É baseado na ideia de que a água não está «ao alcance de todos». Mesmo assim, o Catecismo diz que o que os pastores podem ensinar é que o Sacramento é necessário a todos para a salvação. Isso é o que a Igreja Católica sempre ensinou e o que o ensinamento dogmático da Igreja declara. O ensinamento oficial do Catecismo, o ensinamento que é para se transmitido aos fiéis, não é «baptismo de desejo», mas o contrário deste. Eis outro exemplo.
Repare nas referências a «[u]rge ainda mais explicar-lhes», e «[d]evem pois os pastores…» Uma vez mais, vemos que esta é a doutrina que os pastores devem ensinar. Neste parágrafo, o Catecismo ensina oficialmente que a lei do Baptismo aplica-se a todos. Este também declara que, ao menos que as pessoas sejam regeneradas pelo baptismo de água, estas condenar-se-ão, tal como ensinou Jesus em João 3:5.
Segundo o Catecismo, isto é o que é suposto os pastores comunicarem aos fiéis. Este é o ensinamento dogmático da Igreja. É a única coisa que alguma vez encontraremos em qualquer pronunciamento infalível. Aqueles que ensinam que a salvação é possível sem o baptismo de água, contradizem aquilo que o Catecismo diz que é suposto os pastores ensinarem. Vejamos outro exemplo.
O Catecismo afirma aqui que todos os escritores eclesiásticos concordam em ensinar que depois da Ressurreição, a lei do Baptismo começou a vigorar para todos os homens; e que, depois daquele tempo, ninguém pode entrar no Céu sem ter renascido da água e do Espírito, tal como Jesus ensinou em João 3:5. Isto refuta completamente o argumento proposto por defensores de «baptismo de desejo» baseado na pretensa autoridade de um suposto consenso entre teólogos; pois, é declarado nesta passagem que todos os teólogos (até mesmo aqueles que não permaneceram consistentes com eles mesmos no que diz respeito a este assunto) articularam uma posição, baseada em João 3:5, que contradiz «baptismo de desejo»: isto é, que ninguém pode entrar no Céu sem o baptismo de água. Essa é a posição que escritores católicos ensinaram unanimemente.
Segundo o Catecismo, a doutrina que é para ser comunicada pelos pastores aos fiéis é a posição que afirma que depois da Ressurreição, ninguém entra no Céu sem o renascimento da água e do Espírito Santo.
É absolutamente verdadeiro que o ensinamento oficial do Catecismo de Trento, que deve ser comunicado aos fiéis, não é «baptismo de desejo» mas o contrário deste. E há mais.
O CATECISMO TAMBÉM DIZ QUE PASTORES DEVEM ENSINAR QUE TODOS NA IGREJA SÃO «MEMBROS»; QUE TODOS SÃO PARTE DO «CORPO»; E QUE TODOS FORAM REGENERADOS NO «SACRAMENTO»
Esta passagem possui um interesse particular; pois, o Catecismo identifica nesta como o verdadeiro ensinamento, O QUAL OS PASTORES NECESSITAM DE COMUNICAR E TRANSMITIR AOS FIÉIS, o seguinte:
Todos na Igreja são «membros»;
Todos na Igreja fazem parte do «Corpo»;
Todos na Igreja foram regenerados no mesmo sacramento de fé/baptismo.
Todos estes pontos contradizem a falsa teoria do «baptismo de desejo» e a posição de todos os seus defensores. Aqueles que promovem «baptismo de desejo» alegam que pessoas podem estar dentro da Igreja sem serem «membros»; que pessoas podem estar na alma da Igreja sem estar no «Corpo»; e, o mais importante para este ponto, que pessoas podem estar dentro da Igreja sem terem recebido O SACRAMENTO. O Catecismo de Trento contradiz-los em todos estes três pontos e diz que a seguinte posição é o que pastores devem ensinar.
Por conseguinte, é contrário ao ensinamento oficial do Catecismo — o qual este diz que é para ser transmitido aos fiéis — asseverar que pessoas podem estar dentro da Igreja Católica sem o Sacramento do Baptismo. Indivíduos que ensinam «baptismo de desejo», portanto, não transmitem o que o Catecismo diz que é para ser transmitido aos fiéis.
LOGO, QUANDO AFIRMAÇÕES PAPAIS SUBSEQUENTES EXORTAM OU APROVAM INSTRUÇÃO CATEQUÉTICA BASEADA NO CATECISMO DE TRENTO, NÃO FAVORECEM «BAPTISMO DE DESEJO», PELO CONTRÁRIO, CONTRADIZEM-NO
Os pontos abordados concernem a distinção chave a respeito desta matéria: o que o Catecismo diz que é para ser transmitido aos fiéis. Estes pontos tornam-se especialmente relevantes em vista de afirmações papais feitas acerca do Catecismo. Por exemplo, defensores de «baptismo de desejo» (o quais tipicamente ignoram os argumentos que refutam a sua posição) asseveram que afirmações papais feitas após Trento provaram ou exortaram a prática de instrução catequética baseada no Catecismo de Trento.
Em sua encíclica Acerbo Nimis, o Papa Pio X afirma o seguinte:
Sim, e o quê que o Catecismo de Trento ensina que deve ser comunicado aos fiéis acerca do Baptismo? Como foi acima demonstrado, o ensinamento do Catecismo de Trento, identificado como a doutrina que é para ser comunicada aos fiéis, é:
1) O Sacramento do Baptismo, administrado na água, que está ao alcance de todos, é para todos necessário para a salvação;
2) A Lei do Baptismo estende-se a todos; logo, ao menos que as pessoas sejam regeneradas pela água e o Espírito no Sacramento, tal como Jesus diz, irão para a condenação;
3) Os escritores eclesiásticos são unânimes em ensinar que após a Ressurreição a lei do Baptismo tornou-se obrigatória para todos os homens que irão salvar-se; de modo que, ao menos que renasçam da água e do Espírito, como disse Jesus, não podem entrar no Reino de Deus;
4) Todas as pessoas na Igreja foram regeneradas no mesmo «Sacramento».
Trata-se de pontos que os pastores devem ensinar sobre o Baptismo. Se o pastor seguir o ensinamento oficial do Catecismo, ele irá contradizer «baptismo de desejo». O único parágrafo citado na objecção, o qual expressa a ideia de que uma determinada pessoa pode ser salva pelo desejo do baptismo, NÃO foi um dos pontos de doutrina que o Catecismo diz que é para ser transmitido aos fiéis. Para além disso, está repleto de problemas, como veremos.
DEFENSORES DE «BAPTISMO DE DESEJO» TAMBÉM ESTÃO ENGANADOS SOBRE A ENCÍCLICA IN DOMINICO AGRO DO PAPA CLEMENTE XIII
Ao empregar um argumento similar ao baseado em Acerbo Nimis, os defensores de BDD irão por vezes citar a encíclica In Dominico Agro do Papa Clemente XIII.
O Papa Clemente XIII diz que o Concílio de Trento quis um Catecismo que abrangesse «toda a doutrina sobre a qual era oportuno serem os fiéis instruídos, e que fosse absolutamente isenta de qualquer erro». Defensores de BDD alegam que isto corrobora a afirmação de que «baptismo de desejo» é infalível. Estão bastante enganados.
Primeiro, Clemente refere-se a «toda a doutrina sobre a qual era oportuno serem os fiéis instruídos». Como foi acima estabelecido, «baptismo de desejo» não faz parte do ensinamento que o Catecismo diz que «é oportuno serem os fiéis instruídos.» Essa é a chave da questão. Logo, a premissa do argumento apresentado por defensores de BDD é falsa. «Baptismo de desejo» simplesmente não é o ensinamento oficial do Catecismo o qual este diz que deve ser transmitido aos fiéis. A importância de o quê que o Catecismo diz que é para ser «transmitido aos fiéis» também é evidente no próximo parágrafo.
Como foi acima provado, o ensinamento sobre Baptismo que o Catecismo de Trento diz que os pastores têm de exclusivamente comunicar aos fiéis é:
E isto:
E isto:
E isto:
Em segundo lugar, Clemente afirma que no Catecismo, «inseriram… a doutrina que é comum na Igreja e isenta de qualquer perigo». O Catecismo contém muitos pontos de doutrina que constituem o ensinamento comum à toda a Igreja. Esse ensinamento é isento de qualquer erro. Isso não significa que todos os parágrafos de entre as mais de 500 páginas de informação encaixam-se nessa categoria. De facto, como veremos, foram ditas coisas similares acerca da Summa Theologiae de São Tomás de Aquino. No entanto, os defensores de «baptismo de desejo» têm de admitir que a Summa contém erros (por exemplo, o erro a respeito da Conceição Imaculada).
Portanto, a encíclica de Clemente XIII não proporciona qualquer respaldo à falsa doutrina de «baptismo de desejo». Ao invés disso, esta realça a distinção chave explicada acima: aquilo que é crucial para considerar quais são as partes do ensinamento do Catecismo que este identifica como o que necessita de ser transmitido aos fiéis. Esta posição é a que ensina que ninguém pode salvar-se sem o baptismo de água.
PAPAS RECOMENDARAM A SUMMA THEOLOGIAE DE SÃO TOMÁS DA MESMA FORMA EM QUE RECOMENDARAM O CATECISMO DE TRENTO
São Tomás de Aquino, em sua Summa Theologiae, ensinou que Maria não foi concebida imaculada. Eis a prova.
A SUMMA THEOLOGIAE DE SÃO TOMÁS DE AQUINO CONTÉM ERRO NOTÓRIO A RESPEITO DA CONCEIÇÃO IMACULADA
Apesar de o ensinamento da Summa Theologiae contradizer a verdade acerca da Conceição Imaculada, esta obra foi aprovada e recomendada por vários papas. Foi posta no altar durante o Concílio de Trento. Como poderia acontecer de papas aprovarem e recomendarem repetidamente um livro que contém um ensinamento assim tão manifestamente falso acerca da Conceição Imaculada? Significa isto que eles estavam a aprovar, a recomendar e a utilizar um livro «herético»? Não. Isto é porque substancialmente (no seu todo) o ensinamento da Summa Theologiae é católico e correcto, apesar de conter alguns pontos ou parágrafos que não estão correctos. A aprovação papal não significa que São Tomás ensinou infalivelmente ou correctamente em cada parágrafo da Summa Theologiae, mas que o seu ensinamento contido no livro em geral é católico. Além do mais, tudo nele contido tem de ser sujeito a proclamações de maior peso.
Em resposta a estes pontos sobre a Summa, um defensor de «baptismo de desejo» — um homem com o qual uma vez debati, mas que desistiu de realizar um debate subsequente por saber que não tinha como defender a sua posição — elaborou o seguinte argumento: bem, São Tomás cometeu o seu erro sobre a Imaculada Conceição antes de a Imaculada Conceição ter sido definida como dogma pelo Papa Pio IX em 1854. Portanto, o seu erro acerca deste ponto na Summa Theologiae é irrelevante.
Este argumento, deve-se dizer, é patético. A doutrina que São Tomás apresenta na Summa Theologiae sobre a Imaculada Conceição é FALSA. Se a aprovação dada a um livro por vários papas significasse necessariamente que o Magistério subscreve o ensinamento contido nesse tal livro como verdadeiro em todos os parágrafos, então este princípio manter-se-ia verdadeiro por toda a história da Igreja. Logo, ao aprovar e recomendar repetidamente o seu livro, o Magistério teria de aprovar como correcto o falso ensinamento de São Tomás sobre a Conceição Imaculada, mesmo antes de esta ter sido definida em 1854. Mas sabemos que o Magistério não aprovou esta falsa opinião. Isto prova que há uma possibilidade real de papas aprovarem, utilizarem e recomendarem repetidamente um livro como católico, apesar de o tal livro conter certos pontos ou parágrafos que estão errados e que não devem ser seguidos. A sua aprovação do livro é legítima porque o ensinamento deste é em geral católico, apesar de poder conter alguns erros e ideias falsas.
Ademais, o argumento acima mencionado é obliterado pelo facto de certos papas terem dado o mesmo tipo de aprovação a e recomendação da Summa Theologiae depois de a Conceição Imaculada ter sido definida em 1854! Seguem-se alguns exemplos.
CERTOS PAPAS TAMBÉM APROVARAM A SUMMA THEOLOGIAE SEM RESERVAS DEPOIS DE 1854
Em seu documento Depuis le jour de 1899, o Papa Leão XIII louvou e recomendou a Summa Theologiae de São Tomás do mesmo modo em que recomendou o Catecismo de Trento.
Ora, a Summa Theologiae contém heresia? Depois de 1854 — e o Papa Leão XIII publicou o documento Depuis le jour em 1899 — a opinião de São Tomás a respeito da Imaculada Conceição não seria meramente errónea, mas herética.
Então, o que significa exactamente o enaltecimento feito pelo Papa Leão XIII (e a aprovação) da Summa Theologiae? Significa que todo o parágrafo ou artigo contido na Summa é infalível e pode ser seguido? Não. Significa que em geral o livro é católico. Não significa que de entre os milhares de parágrafos, não haja alguns errados ou não-perfeitamente de acordo com a doutrina católica. Do mesmo modo, o Catecismo de Trento é correcto em geral; mas isso não significa que de entre as mais de 500 páginas de informação não haja um ou alguns parágrafos incorrectos. E, tal como demonstrei, o ensinamento oficial do Catecismo, o qual este diz que é para ser transmitido aos fiéis, é absolutamente correcto. Este é o ensinamento que afirma que ninguém pode ser salvo sem o Sacramento do Baptismo; e que ninguém pode estar na Igreja sem o Sacramento do Baptismo.
Seguem-se mais alguns exemplos de aprovações papais enfáticas para o ensinamento de São Tomás de Aquino. Contudo, estas aprovações não demonstram que o seu ensinamento era correcto ou que pudesse ser seguido em cada instância.
O Papa São Pio V disse que São Tomás foi «a mais certa regra de doutrina cristã pela qual ele iluminou a Igreja Apostólica ao dar resposta de forma conclusiva a inúmeros erros… iluminação essa que tem sido frequentemente evidente no passado, e que foi recentemente realçada nos decretos do Concílio de Trento.»
Portanto, Pio V diz que ele é «a mais certa regra»; ainda assim, há pontos do ensinamento de São Tomás que NÃO PODEM ser mantidos por um católico.
O Papa Bento XIII escreveu à Ordem dos Pregadores que eles deveriam «explorar vigorosamente as obras do vosso Doutor, obra essa mais brilhante do que o Sol e escrita sem sombra de erro. Estas obras tornaram a Igreja ilustre com sublime erudição, visto que marcham adiante e procedem com passo ininterrupto, protegendo e vindicando através da mais certa regra de doutrina cristã, a verdade da nossa santa religião.»
Papa Bento XV afirmou que «os eminentes louvores a Tomás de Aquino feitos pela Santa Sé não mais permitem que um católico duvide que ele foi sagradamente elevado para que a Igreja tenha um mestre cuja doutrina possa ser seguida de modo especial em todos os tempos.»
Os hereges BDD não entendem o ensinamento católico. Eles abordam tanto o ensinamento magisterial quanto o ensinamento dogmático através de uma perspectiva centrada no homem, ao invés de uma perspectiva centrada em Deus. Confrontados com os factos acima, os seus próprios princípios iriam compeli-los a raciocinar assim: visto que papas aprovaram repetidamente São Tomás e a Summa Theologiae, tanto antes quanto depois de 1854, então, o seu ensinamento sobre a Conceição Imaculada é consistente com a definição da Conceição Imaculada.
Contudo, isto seria uma conclusão desastrosa. O seu ensinamento a respeito da Conceição Imaculada não é consistente com Innefabilis Deus do Papa Pio IX. A aprovação dada pelos papas à Summa Theologiae e à obra de São Tomás foi uma aprovação geral. Não significa que tudo que ele ensinou é correcto. Nenhuma das afirmações que aprovam a sua obra foram declarações infalíveis de que tudo contido na Summa Theologiae ou no ensinamento de São Tomás é correcto. A mesma coisa pode dizer-se em verdade acerca do Catecismo de Trento. Há uma possibilidade real de um papa emitir uma declaração infalível de que uma obra em particular é absoluta e completamente correcta em todas as suas partes, mas tal declaração nunca foi feita a respeito da Summa Theologiae ou do Catecismo de Trento.
O PAPA PIO X TAMBÉM IMPÔS O USO DA SUMMA THEOLOGIAE EM ESCOLAS SUPERIORES NA ITÁLIA SEM TER CORRIGIDO O FALSO ENSINAMENTO DESTA SOBRE A CONCEIÇÃO IMACULADA
Como poderia o Papa Pio X impor a obrigação de utilizar a Summa como manual em 1914, quando São Tomás ensina contrariamente a Conceição Imaculada na Summa? O Papa Pio X nunca ordenou que o erro da Summa a respeito da Conceição Imaculada fosse expurgado. De facto, ao aprovar ou recomendar a Summa, nenhum dos papas se preocupou em corrigir o erro de São Tomás a respeito da Conceição Imaculada. Portanto, como é possível que eles tenham-na aprovado e recomendado? É possível porque deram uma aprovação geral. Eles não emitiram uma declaração infalível de que tudo contido nesta é correcto.
Estes factos refutam completamente o argumento apresentado por defensores de «baptismo de desejo», segundo o qual uma recomendação papal ou aprovação do Catecismo de Trento significa necessariamente que tudo contido neste está correcto. Estão totalmente enganados.
ELES CONFIAM NO HOMEM AO INVÉS DE CONFIAR EM DEUS E NO OFÍCIO DO PAPADO
Há uma dinâmica interessante que se sucede quando defensores obstinados de «baptismo de desejo» abordam estas questões. Enquanto que a sua retórica possa dar aparências de devoção ao ensinamento católico, trata-se simplesmente de um engodo. A sua suposta devoção à partes selectivas de um determinado catecismo ou do ensinamento de um teólogo não procede de crença no ensinamento da Igreja Católica. É, ao invés disso, produto puramente de confiança no homem. Simplesmente não conseguem crer que um livro ou obra utilizado ou produzido por homens que eles admiram não tenha sido corrigido de todos os modos possíveis por esses mesmos homens. Eles possuem uma extrema confiança no homem e em suas obras falíveis, apesar de a Igreja não ensinar que Deus sempre protege os homens em tais obras. E enquanto que têm tal confiança no ensinamento falível e acções de homens, carecem de uma correspondente crença nos ensinamentos de Deus e da Sua Igreja infalivelmente protegidos. Estas pessoas são desprovidas de fé sobrenatural em Deus e de uma crença genuína na infalibilidade papal como um carisma conferido exclusivamente a Pedro e aos seus sucessores. A sua abordagem é um evidente sinal de má vontade.
Se os partidários obstinados de «baptismo de desejo» cressem em Deus, eles focar-se-iam naquilo que o Magistério ensina claramente. Iriam aderir ao que as proclamações infalivelmente protegidas da Igreja de Deus asseveram directamente sobre a questão. O papado e os dogmas definem sem margem de erro a regra de fé católica. A regra de fé não é decidida por teólogos ou por livros falíveis.
Se possuíssem fidelidade ao ensinamento papal, iriam então ver que o Magistério nunca ensinou «baptismo de desejo», ou que alguém possa salvar-se sem a fé católica, ou que alguém possa salvar-se sem verdadeira pertença à Igreja. Eles perceberiam que enquanto que Deus protege cada milímetro e cada parágrafo de tais proclamações, a mesma protecção não é conferida a cada parágrafo do ensinamento de catecismos, de teólogos, etc. Homens podem estar errados ou negligenciar coisas num determinado livro, tal como os factos sobre a Summa Theologiae provam. Os ensinamentos da Cátedra de São Pedro não podem estar errados, e essa protecção não foi concedida à todos.
Ignorar a promessa de infalibilidade que foi dada exclusivamente a São Pedro e aos seus sucessores, e não a outros membros da Igreja (confira Lucas 22:31-32), é falhar em entender o próprio fundamento da Igreja de Jesus Cristo, que é São Pedro.
OS VÁRIOS PROBLEMAS COM O ÚNICO PARÁGRAFO NO CATECISMO DE TRENTO QUE OS DEFENSORES DE «BAPTISMO DE DESEJO» CITAM
Consideremos agora os vários problemas acarretados pelo único parágrafo no Catecismo tipicamente citado por defensores de «baptismo de desejo». O parágrafo é completamente impreciso e contém diversos erros. Para falar a verdade, trata-se de uma fraude teológica: um editor que inseriu a sua opinião no texto e, por consequência, caiu em diversos erros.
Em primeiro lugar, este parágrafo não é infalível. É contrário ao ensinamento dogmático da Igreja sobre a necessidade do renascimento da água e do Espírito. É também contrário ao ensinamento oficial do Catecismo sobre Baptismo, como explicado acima.
Em segundo lugar, e isto é fundamental, o parágrafo não diz em lado algum (e o contexto que o precede também não) que o que está a ser articulado é para ser transmitido aos fiéis. O parágrafo acima não é, portanto, o ensinamento sobre Baptismo que o Catecismo identifica como a doutrina que é para ser ensinada aos fiéis. É, ao invés disso, uma explicação para padres do porquê de o Baptismo ser adiado no caso dos adultos. A explicação é errada, tal como irei definitivamente provar ao citar ensinamento papal muito mais autoritário que contradiz essa explicação ao lidar precisamente com a mesma questão. Contudo, encontramos aqui a distinção chave: o Catecismo pode de facto errar ao dar uma explicação aos párocos; mas o seu ensinamento oficial sobre Baptismo, o qual este diz que deve ser transmitido aos fiéis, é que ninguém pode ser salvo sem o Sacramento do Baptismo.
Em terceiro lugar, o parágrafo previamente mencionado afirma que um «acidente repentino» pode impossibilitar a recepção da água salvífica para uma pessoa. A noção de que há «acidentes repentinos» capazes de tornar impossível que uma pessoa receba o Baptismo é contrária ao ensinamento católico e à providência de Deus.
Não surpreende em nada que o Catecismo cometa o erro anteriormente mencionado ao tentar explicar a ideia de «baptismo de desejo». Quando pessoas articulam ou defendem uma falsa doutrina, serão sempre inconsistentes e cometerão vários erros. De facto, o ensinamento do Catecismo sobre acidentes «repentinos» que tornam a recepção do Baptismo uma impossibilidade contradiz o seu próprio ensinamento.
Em quarto lugar, convém assinalar que a passagem anteriormente mencionada afirma que a pessoa necessita de ter «a firme vontade de receber o Baptismo» para salvar-se. Nenhum dos defensores de «baptismo de desejo» dos tempos modernos crêem que é necessário ter uma vontade de receber o Baptismo para se salvar. Eles crêem que pagãos, judeus, muçulmanos, etc. podem ser salvos sem a fé católica, sem crença em Cristo ou sem vontade de receber o Baptismo.
O PARÁGRAFO DO CATECISMO SOBRE O ADIAMENTO DO BAPTISMO PARA ADULTOS CONVERTIDOS É REFUTADO DEFINITIVAMENTE PELA MAIOR AUTORIDADE DE ENSINAMENTO DA SÉ APOSTÓLICA A LIDAR COM EXACTAMENTE A MESMA QUESTÃO
Em quinto lugar, a informação do Catecismo sobre o «adiamento» em baptizar convertidos adultos é completa e totalmente errada. Esta é contradita e refutada pelo ensinamento de vários papas em documentos autoritários da Sé Apostólica. O Catecismo afirma que o baptismo de adultos pode ser adiado porque estes podem ser salvos sem a fonte salvífica, mediante a vontade de receber o Baptismo. No entanto, a Igreja ensina exactamente o oposto.
Em 385 d.C. o Papa São Sirício emitiu um Decreto a Himério. Este é o mais antigo decreto papal da história que chegou até nós. O Decreto a Himério é promulgado com a máxima autoridade papal de Sirício. Ele invoca repetidamente neste a mais elevada autoridade do ofício de São Pedro. Ele afirma que o seu Decreto é vinculativo à todas as igrejas, a todos os bispos e a todos os padres. Um decreto sobre a lei da Igreja não pode ser mais autoritário do que o Decreto a Himério do Papa São Sirício. Eis o que ele diz.
Como podemos ver, ele ensina autoritariamente que até se aqueles adultos catecúmenos que desejavam o Baptismo morressem antes de o receber, não poderia ser salvos. Isto rejeita total e completamente a ideia de «baptismo de desejo». Ele também ensina que o Sacramento do Baptismo é o único meio pelo qual eles podem ser salvos, e, se houver qualquer perigo, devem ser baptizados imediatamente. Aqueles que ensinam que pessoas que desejam o baptismo de água podem ser salvas sem o receber contradizem a regra de fé católica. Aqueles que ensinam que há uma meio de se salvar que não mediante a recepção da fonte salvífica da água do baptismo contradizem a regra de fé católica.
Tal como o Decreto do papa proclama, receber o baptismo de água é unico credulitatis auxilio (o único auxílio de fé). Unico, que é uma forma de unicus, significa exclusivo, um e somente um, sem par, sem paralelo. Não pode haver alternativas, outros tipos de baptismo. Segundo a fé católica, receber o baptismo de água é a singular (a única) maneira de ser salvo, para recém-nascidos, para os que o desejam ou que por acaso estejam em algum tipo de apuro, necessidade, enfermidade, etc. É este o ensinamento do Papa São Sirício.
Neste preciso contexto, ele fala acerca do costume de adiar os baptismos de adultos até o tempo Pascal. O tempo Pascal é quando a Ressurreição é celebrada. Uma vez que o Baptismo é uma ressurreição do estado de condenação para uma nova vida em Cristo (confira Colossenses 2:12; Romanos 6:3-4; etc.), tornou-se costume celebrar o Baptismo de um converso adulto no tempo Pascal, após os catecúmenos não-baptizados terem sido submetidos a um período de teste e instrução em preparação para a vida cristã. Como prova este e outros decretos, o costume de adiar o Baptismo de adultos até o tempo Pascal não era incompatível com a posição — e com o ensinamento infalível da Igreja — de que todos aqueles que se preparam para o Baptismo de facto perder-se-iam se morressem antes de recebê-lo. Ninguém pode ser salvo sem o Baptismo, como declara Jesus em João 3:5 e a Igreja infalivelmente ensina. Deus pode e irá manter vivas as almas sinceras e de boa vontade até o Baptismo. É Ele quem está no controlo.
A prática de baptizar os adultos convertidos no tempo Pascal — e o costume de prolongar o catecumenado — era disciplinar. Não era um requisito de Tradição Apostólica, como vemos no capítulo 8 do Livro dos Actos. Neste, lemos que Filipe baptizou o Eunuco de Candace após uma breve discussão acerca dos conteúdos elementares da fé cristã.
Portanto, enquanto declara que a santa observância Pascal deve ser continuada, Sirício acrescenta que se os catecúmenos não-baptizados em questão encontrarem-se em qualquer situação de necessidade que seja, devem ser baptizados com toda a celeridade, isto é, com toda a prontidão ou imediatamente. Ele depois explica o porquê da sua insistência neste ponto. Declara que eles têm de ser baptizados imediatamente em qualquer tipo de necessidade, «não vá de acontecer que isto tenda para a perdição das nossas almas, caso seja negada a fonte salvífica àqueles que a desejam e cada um destes que deixe o mundo perca tanto o Reino quanto a vida.» O Papa ensina que todos os que desejam o baptismo de água, mas que morrem sem recebê-lo, não serão salvos. Isto refuta a ideia de «baptismo de desejo».
O Decreto do Papa São Sirício prova que a explicação dada pelo Catecismo de Trento para o adiamento do baptismo de adultos convertidos é simplesmente errada. Não fez parte do ensinamento oficial do Catecismo que este diz que deve ser transmitido aos fiéis.
O Papa São Leão o Grande repetiu, nas duas seguintes declarações, com uma linguagem bastante similar, o mesmo ensinamento que encontramos no Decreto de Sirício. Portanto, ele também refuta «baptismo de desejo» e o parágrafo erróneo do Catecismo de Trento.
Repare que nesta passagem ele ensina que as pessoas que iriam ser regeneradas (os catecúmenos não-baptizados) perderão as suas almas se não receberem o baptismo de água. Não existe tal coisa como «baptismo de desejo». Receber o Sacramento do Baptismo é o único meio de salvação. Esse é o ensinamento da Sé Apostólica. A citação abaixo articula a mesma posição.
Como podemos ver, receber o baptismo de água é o único meio de salvação.
SUMÁRIO DO FALSO PARÁGRAFO
Portanto, pelas seguintes razões, o único parágrafo do Catecismo de Trento que expressa a ideia de que uma pessoa pode ser justificada e salva pela vontade de receber o Baptismo, não demonstra que a Igreja ensinou «baptismo de desejo»:
1) O parágrafo nem sequer fez parte do ensinamento oficial do Catecismo que é para ser transmitido aos fiéis, e não foi infalível;
2) Contém terminologia teológica imprópria acerca de acontecimentos repentinos que tornem impossível que alguém alcance o Baptismo;
3) Contradiz o ensinamento expresso (e muito mais autoritário) da Sé Apostólica sobre precisamente a mesma questão: o adiamento do baptismo de adultos convertidos (conferir Sirício e Leão o Grande acima);
4) Contradiz o ensinamento dogmático da Igreja e as declarações da Sé Apostólica sobre o Sacramento do Baptismo, e que ninguém que deseje o baptismo de água pode ser salvo sem este;
5) Contradiz o seu próprio ensinamento oficial.
É possível que entre as mais de 500 páginas de informação do Catecismo, haja alguma informação dada aos párocos que não seja correcta? Sim, como foi provado acima. É claramente este o caso do parágrafo acima citado do Catecismo. Contudo, naqueles pontos de doutrina os quais o Catecismo diz que são para ser transmitidos aos fiéis, o Catecismo representa fielmente o ensinamento da Igreja Católica. Nestes ele declara que aos fiéis deve-se ensinar que ninguém pode ser salvo ou pode pertencer à Igreja sem o Sacramento do Baptismo.
Deus permite que erros sejam ensinados por homens falíveis e por fontes falíveis porque, tal como a Escritura ensina, é necessário haver falsas doutrinas.
O baptismo de água é o único meio de salvação. Esse é o ensinamento dogmático da Igreja.
Quer seja recém-nascido quer seja adulto, Deus manterá qualquer pessoa de boa vontade viva o tempo suficiente para receber o Sacramento do Baptismo.
O CATECISMO DO CONCÍLIO DE TRENTO DEFERE AO DECRETO EXULTATE DEO DO CONCÍLIO DE FLORENÇA
Para completar a refutação desta objecção, é importante notar que o Catecismo de Trento faz repetidas referências ao Concílio de Florença. De facto, este refere-se especificamente ao ensinamento da bula Exultate Deo.
Repare que nestas passagens, o Catecismo refere-se ao ensinamento da bula Exultate Deo como uma «definição» e como aquilo do qual «ninguém pode duvidar». O Catecismo de Trento defere, portanto, ao ensinamento da bula Exultate Deo e o considera infalível. O próprio Catecismo reconhece o ensinamento de Exultate Deo como um ensinamento que possui uma autoridade mais elevada do que a sua.
A passagem em que o Concílio de Florença «decretou» o efeito da Penitência encontra-se na bula Exultate Deo. O Catecismo também diz o seguinte acerca dessa bula:
E qual ensinamento sobre a necessidade o Baptismo se encontra na bula Exultate Deo? O mesmo ensinamento que se encontra em todo o pronunciamento dogmático e magisterial feito sobre essa questão. O ensinamento do Concílio de Florença, ao qual o próprio Catecismo de Trento defere, é que ninguém pode entrar no Céu sem o Sacramento do Baptismo.
«Baptismo de desejo» não é consistente com esse ensinamento.
SANTO AFONSO TAMBÉM ENSINA QUE O DECRETO EXULTATE DEO DO CONCÍLIO DE FLORENÇA É DOTADO DE MAIOR AUTORIDADE DO QUE O CATECISMO DE TRENTO, E QUE O SEU ENSINAMENTO PODE PROVAR AQUILO QUE O CATECISMO NÃO PODE
É também muito interessante o facto de Santo Afonso Ligório, em História das Heresias, referir-se ao ensinamento da bula Exultate Deo. Ele confere maior autoridade ao ensinamento do Concílio de Florença exposto na bula Exultate Deo do que ao Catecismo Romano. Pondere as suas palavras.
Ao referir-se a posição de que o bálsamo é necessário na Confirmação, Santo Afonso refere-se a São Belarmino, São Tomás, e ao Catecismo Romano (isto é, o Catecismo de Trento). Ainda assim, ele só diz que a posição é «provada» quando se refere ao Concílio de Florença. A parte de Florença a qual ele se refere é a bula Exultate Deo. A bula Exultate Deo do Concílio de Florença, segundo Santo Afonso, claramente possui uma autoridade que o Catecismo Romano não possui. O seu ensinamento prova aquilo que o Catecismo Romano não pode provar.
O ensinamento da Bula Exultate Deo do Concílio de Florença é que ninguém entra no Céu sem o Sacramento do Baptismo.
Por todas as razões que abordámos, a objecção apresentada por defensores de «baptismo de desejo» baseada no Catecismo de Trento não possui qualquer mérito.
O ensinamento infalível da Igreja Católica é que só há um meio de salvação para as pessoas: renascer da água e do Espírito Santo no Sacramento do Baptismo, tal como Jesus ensinou em João 3:5. Mesmo aqueles que desejam o baptismo de água, e encontram-se num acidente, perderão o Reino e a vida se deixarem a vida sem a água salvífica (Papa São Sirício). No entanto, Deus, que é justo e Todo-Poderoso, pode e irá manter vivos todos os Seus eleitos para receberem o único auxílio de fé. Ensinar obstinadamente qualquer outra coisa face à estes factos é contradizer e negar o ensinamento infalível da Igreja Católica.
Notas finais:
1 Catecismo Romano, Editora Vozes Limitada, 1951, pág. 239.
2 Catecismo Romano, pág. 116.
3 Catecismo Romano, pág. 124.
4 Catecismo Romano, pág. 422.
5 Catecismo Romano, pág. 197.
6 Catecismo Romano, pág. 531.
7 Catecismo Romano, pág. 306.
8 Catecismo Romano, pág. 596.
9 Catecismo Romano, pág. 181.
10 Catecismo Romano, pág. 392.
11 Catecismo Romano, pág. 99.
12 Catecismo Romano, pág. 105.
13 Catecismo Romano, pág. 97.
14 Catecismo Romano, pág. 227.
15 Catecismo Romano, pág. 237.
16 Catecismo Romano, pág. 231-232.
17 Catecismo Romano, pp. 537-538.
18 Catecismo Romano, pp. 74-75.
19 Catecismo Romano, pp. 75.
20 Catecismo Romano, pág. 227.
21 Catecismo Romano, pág. 237.
22 Catecismo Romano, pág. 231-232.
23 Catecismo Romano, pp. 537-538.
24 Catecismo Romano, pág. 239.
25 Catecismo Romano, pág. 227.
26 Denzinger 1784.
27 O Sacrossanto e Ecuménico Concílio de Trento, Oficina Patriarcal de Francisco Luiz Ameno, 1751, Tomo I, pág. 119.
28 Catecismo Romano, pág. 293.
29 Denzinger 482.
30 Catecismo Romano, pág. 332.
31 Catecismo Romano, pág. 229.
32 Denzinger 696; Decrees of the Ecumenical Councils, Vol. 1, pág. 542.
33 Denzinger 696; Decrees of the Ecumenical Councils, Vol. 1, pág. 542.
34 O Sacrossanto e Ecuménico Concílio de Trento, Tomo I, pág. 181.
35 Denzinger 482.
36 Les Conciles Œcuméniques, Les Décrets, T. II-1, pág. 799.
Artigos relacionados
Francisco é uma abominação anti-Católica. Quem ainda não acordou, que acorde antes que seja tarde
Lucas G. 2 anosLer mais...É Verdade!!! Mosteiro da Sagrada família: Se aprendir bem com o Ir Pedro Dimond e Ir Miguel Dimond os quais concidero como Pais Espirituais,; um DOGMA é pra ser Obedecido...
Hernandes Moreira da Silva 2 anosLer mais...Obrigado por dizerem a verdade dos fatos.
Lucas Fernandes da Silva 2 anosLer mais...Sedevacantes tem razão
lp 2 anosLer mais...Este livro é um dos livros mais importantes do nosso tempo. Deus vos abençoe!
Gabriel 2 anosLer mais...Esta, sem dúvida alguma, é uma citação importantíssima. Ela demonstra que vossa posição sobre este ponto é exatamente a mesma de um Doutor da Igreja. Deus vos abençoe!
Gabriel 2 anosLer mais...Uau!
Adilio 2 anosLer mais...Abominação, cisma e Eresia. o que se poderia esperar de um demônio!!!
Hernandes Moreira da Silva 2 anosLer mais...Obrigada muito pela explicação detalhada! ;)
Vicky Timotê 2 anosLer mais...Salve Maria! É evidente que este diário é uma farsa. Essa freira foi excomungada 3 vezes, tendo seu manuscrito inserido ao livro do Indexx. O antipapa Paulo VI extinguiu o...
Deise Holanda 2 anosLer mais...