Objecção ao Sedevacantismo: "O Concílio de Constança condenou o sedevacantismo."

por Ir. Miguel Dimond e Ir. Pedro Dimond

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18ª Objecção: O Concílio de Constança condenou a ideia de que um herege deixa de ser o papa.

Erros de João Hus, Condenados pelo Concílio de Constança: “#20. Se o Papa é perverso e, sobretudo, se é já conhecido (como um réprobo), então, como Judas o apóstolo, ele é do diabo, um ladrão e filho da perdição, e não é cabeça da Santa Igreja militante, uma vez que não é um membro dessa.”1 – Condenado

Resposta: Não, o Concílio de Constança não condenou de forma alguma a ideia de que um herege deixa de ser o papa. Esta é uma falha grave na interpretação desta proposição. Como se vê claramente, o Concílio condenou algo muito distinto. Condenou a proposição de que um homem perverso deixa de ser a cabeça da Igreja, uma vez que não é membro dela. A proposição do herege Hus afirma correctamente que alguém não pode ser a cabeça da Igreja se não é membro da Igreja, mas erra ao dizer que o papa deixa de ser membro da Igreja por ser “perverso.”

Papa Pio XII, Mystici Corporis Christi, #22, 29 de Junho de 1943:

“Nem todos os pecados, embora graves, são de sua natureza tais que separem o homem do corpo da Igreja como fazem os cismas, a heresia e a apostasia.”2

Um papa que seja simplesmente mau não deixa de ser papa, mas sim se for um herege ou cismático. Isto deve-se ao facto de que a heresia, o cisma e a apostasia separam o indivíduo da Igreja, enquanto que os outros pecados – não importa o quão graves ou maus sejam – não o fazem. Assim, podemos ver claramente que a proposição na verdade condena a ideia de que a maldade ou perversão separa as pessoas da Igreja. Não está a condenar a verdade de que um herege deixa de ser o papa. De facto, muitas das outras proposições de João Hus, que logo foram condenadas pelo Concílio de Constança, repetem de várias formas a falsa ideia expressa anteriormente: que os perversos não são parte da Igreja.3

São Roberto Belarmino, De Romano Pontifice, II, cap. 30:

“Este princípio é do mais certo. O que não é cristão não pode de maneira alguma ser Papa, como Caetano o disse (ib. c. 26). A razão disto é que ninguém pode ser cabeça daquilo que não é membro. Agora bem, aquele que não é cristão não é um membro da Igreja e um herege manifesto não é cristão, tal como é claramente ensinado por S. Cipriano (lib. 4, epíst. 2), S. Atanásio (Cont. aria.), S. Agostinho (lib. De grat. Christ.), S. Jerónimo (contra Lucifer), e outros; logo, um herege manifesto [foro externo, público, etc.] não pode ser Papa.”

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Notas finais:

1  Denzinger 646.

2  The Papal Encyclicals, vol. 4 (1939-1958), pág. 51.

3  Denzinger 627 ff.

Do livro: A Verdade sobre o que Realmente Aconteceu à Igreja Católica depois do Vaticano II